domingo, 26 de setembro de 2010

Shell

Andei pelos três cantos do Mundo
Pois todos sabem que o Mundo é redondo e que possui três lados

Fui andando por esquinas
E nelas encontrei muitas pessoas que me contavam histórias
Nunca me senti perdido
Afinal estava com elas e nós não sabíamos aonde queriamos chegar

Corriamos com o vento desesperados
Ou melhor, esperando alguma coisa mas não com tanta pressa
Escutamos profecias, teorias conspiratórias
Vimos coincidencias e acreditávamos na sorte, na nossa alibe

No final, percebi que muita coisa já havia sido escrita desde o começo
No começo, recém nascido eufórico queria chegar logo no final para ser adulto
No meio, acreditei que não havia fim

Aprendi muita coisa com tudo que se revelava para mim
Porém, não aprendi a botar o ponto final

Posso até ter chegado no final, mas ali não existe nenhuma placa indicatória!
Vida completa, homem interprativo que ainda não criou todos os simbolismos
E a vida está tão bem consigo mesmo que não precisa disso

Então começo a nova caminhada, um novo aprender de existência
Contudo, sempre que começo
Não esqueco de rir
Um riso para dentro, um riso meu
Um sorriso identidade, completamente meu
Não !
Completamente eu !

Só para me certificar que não ficarei triste se ninguém me der a mão

Um riso só para me lembrar

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Big Bang

O povo do ar virou uma lenda, diziam que viviam se transformando de forma em forma e correndo atrás de algo que ninguém sabia o que era.

Uma vez eu conversei com uma pessoa desse povo.
Me lembro até hoje como chamei ele: fiquei três dias pensando neles e no terceiro dia fui para uma floresta escura.
Era noite de lua cheia, havia névoa e havia vento.
Tentei me comunicar com o seu suspiro, imitando o seu barulho e sentindo sua brisa.
Fiquei a uivar como se os estivesse chamando
Uivei até ficar contemplativo e foi então que percebi que esse barulho vinha de dentro de mim!
Eu não precisava fazer o barulho porque ele já estava ali, quer fizesse ou não.
Foi entao quando enxerguei uma silhueta formada pelo vento na escuridão da floresta prata.
As vezes via um olho que quando me via pareciar secar tudo que havia dentro de mim.
Conversávamos telepaticamente.

Estava muito curioso em saber a história, a cultura, a personalidade daquele povo tão cêntrico.
Pedi para que me contassem algo.

Me falaram que há muito tempo atrás, tudo estava escuro.
Não sabiam se era caos ou ordem, feio ou belo. Era apenas escuro.

Só que existia uma bela mulher.Eles o chamavam de Maní.
Ela tinha luz própria e andava por ae, iluminando a escuridão.
Foram então que grandes deuses começaram a se enxergar e a enxergar ao seu redor.

Vaidosos que eram, quiseram logo organizar tudo que encontravam na mais perfeita matemática e não satisfeitos fizeram imagens representativas com a matemágica.

Ah! Alias, o povo do ar me disse que eles são só deuses porque ficaram tanto tempo no escuro mergulhados dentro de si e está também uma das grandes razões por qual quase todos são vaidosos e egocêntricos.
Me falaram também que foi então com a luz que começaram a ter noção de distância e de separação, foi o começo para a comunicação em outro nível como por exemplo o auditivo e tátel.

Continuando a história, os deuses seguiam Maní atrás de sua luz.Todos os deuses adoravam Maní e bendiziam seu nome e quanto mais bendito era o nome de Maní, mais ela se fortalecia e mais luz reluzia.

Até que os deuses pediram a Maní para criar uma esfera mágica para que se pudesse iluminar mais. Maní feliz em ajudar o Universo em sua própria descoberta aceitou e entrou dentro da esfera.

Nessa hora falaram que pouco se sabe mas que foi um momento muito tenso.
Pois quem agora era encarregado de conduzir a esfera?
O que aconteceu foi uma guerra onde a esfera acabou sendo destruída.

Dizem que na explosão surgiu o nosso Universo.
E é por isso que falam bem de Maní, pois conseguem ver toda beleza que existia dentro dela.
As nebulosas, os buracos negros, as constelações, o calor, as cores tudo isso mostrava o quão rica e feliz era.

Falaram que gostavam muito de nós, que as primeiras tribos ainda tinham pedaços de Maní bem acesos e por isso faziam coisas fantásticas.
Mas que com o tempo o homem e outras coisas foram perdendo a sua luz.
Maní estava esquecendo que era uma coisa só, que necessitava estar em harmonia para sua saúde.

O vento me disse que procura por qualquer coisa que ainda possa ser reacessa.
Eles disseram que são parte do deus do vento que em outro Universo tenta reanimar Maní.

Fico sorridente quando vou contar essa história para pessoas como vocês.
Pessoas que deixam Maní um pouco mais viva.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sentido

Pare de mexer os olhos
Ligue uma música
Desligue seus olhos do mundo
Relaxe os pés

Leia as palavras e tente relacionar com algo
Com o vento fresco que se faz presente em volta de você
Com o barulho daquela música que você mal iria escutar e agora parece tão lenta e ritmada
Com sua vontade de fazer outra coisa
Deixe-se plainar um pouco na névoa de sua mente

Palavras lidas
Pensar, relacionar
Memórias armazenadas
Lógica, mídia
Substâncias químicas
Eletricidade, formação
Sinapses nervosas
Divino, físico
Salto quântico

Como pensamentos imbuidos de sentimentos podem estar numa estrutura inexistente ?
Se magnificar proclamando nos ares: memórias ?
Como esta palavra pode ir até o abismo da criação e trazer para o nada : um rosto carinhoso e até mesmo um choro kármico ?

Sabe na verdade não estou certo sobre muitas coisas não.
Só sei quanto mais vou vivendo, vou me relacionando com o universo e me aflorando em emoções
E acabo me lembrando cada vez mais que essas emoções são minhas
Também, sei bem quando essas emoções minhas se sentem tão distantes, tão apáticas às emoções dos demais

Quando vejo uma foto de cachorro, já trago a lembrança do meu no pensar. Fico a imaginar que local os outros vão quando vão resgatar as suas.

Com tudo
No final
São só palavras
É só o passado
É só a música
É só a simbologia
É só o vazio.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Wah Wah

Tudo começa por algo que se perdeu
Algo que foi perdido há tempo demais
Alias, não sei como o conceito de tempo é relevante aqui

Minha alma treme e silhuetas povoam o olhar periférico
Alguma coisa ri, repete minhas frases, e se irrita com todo o tipo de pensamento
De segurança, destruição; de comunicação, de velocidade
Sempre se irrita!
Fica calmo também.
Porém se faz onipotente principalmente quando se chateia e usa sua voz seca e alta que ecoa dentro da cabeça causando terror e agonia numa prisão criada pelo próprio prisioneiro
Um sentimento tão peculiar
Bizarra natureza

Não possuo chave para sair de sua presença
Alias este algo parece se deliciar com a desmoralizante situação, usando uma voz doce cheia de sarcasmo
Minha percepcao se altera coexistindo com esse simples ser
Uma inteligencia que mostra o quão patética é meu saber, o quão retoricamente podemos retroceder

Chacota o meu pensar, minhas palavras...
Esvaindo qualquer sentimento de segurança
Fico com medo, com bastante medo
Me aquieto, me sinto em inércia eterna até me acostumar
Então saio um pouco para brincar

Afinal não tem alternativa
Ou saio para brincar e choro
Ou choro desde o começo

Chega me atormentar tanto, a enfiar tantos espinhos no vazio que até sinto uma catarse prestes a eclodir

E tudo fica nesse ponto: girar, espiralizar, tremer, repetir, incomodar e de saber que tudo isso faz parte, que não teria como me queixar do que presencio
Não se engane
Gostaria de me queixar
Não gosto que toquem em minha essencia, nem que a façam vibrar tanto que posso sentir meu coração se abrindo e se abrindo cada vez mais para chegar num ponto que desconheço
Culminando com uma risada impessoal, distante, giratória, em alta velocidade
Uma risada que não é minha
Maléfica de verdade

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ai tempo

Estou suspenso

Aquele ar que por mim passava
O barulho que todas elas faziam
Tudo isso cesou

À meu olhar era diferente

As cores me aqueciam
Se não me fizessem sentir longe
As palavras me faziam cocégas
E ao mesmo tempo me deixavam autista

Todo aquele movimento

E eu ! Ali !
Fazendo parte daquele todo
E me reconhecendo muito bem
Com um sorriso no rosto !

Parecia um filme

O que dizer para aqueles
Que ficaram na reticencias ou fissurados numa palavra?
O que projetar para um mundo
Que se fixou no inexistente e que guerrea pela imagem ?

Conceitos simbólicos
Se tivesse música estaria mais seguro
Se estivesse mais em paz entraria em coma
Momento e tempo infinito
Vibração e morte

Mas tudo isso: passa.
Passa rápido
Nem me dou conta
Choros e risos
Planos e fatos

Tudo isso para mim não conta
O que para mim importa
É o seu sorriso
Agora.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Historias

O orgulho se rendeu
Não dava mais
Era orgulhoso demais
Para que deixassem tocar em sua honra

Jamais admitira
Que falassem dele mais do que se devia
Ou deixaria alguem dizer
Algo que ainda não tivera força para fazer

Resolveu logo o seu problema
Fez a amizade com o fogo, o seu lema
Assim, ficava sempre ferido
E corria em torno da labareda, completamente perdido

O dois sairam cantando
O fogo e o orgulho estavam para sempre combinando
Voce deveria ver
A linda mulher que fizeste deles o amor florescer

curvas

O petroleo se findou
O ouro virou pedra
A audiência se cansou
Profissões viraram merda

O limite foi transgredido
conveniêncas esquecidas
O equilibrio reestabelecido
Luzes artificiais perdidas

A noite amanheceu
E o furacão refletiu
O mar se secou
E a escuridão se viu

O Diabo se converteu
Jesus teve um filho

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Simbolismo de um mundo intangivel

As palavras são pequenos verosemelhanças
As palavras vem de um Mundo onde meus labios somente tentam tateiar

Num relâmpago, em um lapso: elas saem de lares adormecidos, assim como de meus labios
E em meus ouvidos escorrem segredos; encaminham com espelhos magicos: a nossa imaginação, os nossos sonhos, a visão de um real mundo realmente utopico