sábado, 28 de agosto de 2010

Passagem

Ei ei ! Me ve minha passagem
Nao aguento mais morar aqui
Ei ei ! Nao preciso de bagagem
Nao quero levar nada de lembranca

A viagem pode demorar anos
Quanto mais longe melhor
Me leve ate meus castelos
Trague essa choupana para a terra

Arraste o tempo perdido
Para dentro de um furo
Sou um homem arrependido
Com esperanca no futuro

Ei ei ! Apague os rastros
Nao quero que eles voltem
Ei ei ! Não sou mais casto
Nao vivo nessa mentira de ontem

Tudo bem se lá não tiver nada
Já estou muito cheio deste mundo
Tenho 3 faces e nao presto para cada
Minha vontade é de ficar mudo

Trago comigo minha melancolia
E isso ja basta
Penso que sera de grande valia
Para cativar sem precisar contar historias

sábado, 21 de agosto de 2010

I'd still have to say it

Um sorriso brota
O ego se delicia na cama de massagem
Fica feliz até o momento
Em que lembra de mim; fica, então, aflita
Não devia ter te dito essas coisas

Era muito melhor quando não havia essa pretenção, este por fazer.
Antes somente trocavamos olhares
E ficavamos felizes por saber que tinha alguém que olhava para nós

De repente, eu ardente
Vim e pus um motivo por trás do olhar que era até então inocente
Sonhos criados
Interrogações na cabeça dos dois


Ela gostava de namorar...
Sabia equilibrar na balança flerte e amizade
Alias sabia tão bem que camuflava os dois
Nesse jogo até tentou dar corda, apesar de não desejar de verdade

Fiquei pálido
Não sabia se devia subir a corda que ela me dava
E ao mesmo tempo ainda acreditava que a velha inocência me levaria para cima

Depois de meses de partida,
Ela querendo criar provas irrefutáveis do meu desejo
E eu tentando omiti-lo, defendendo-o com minha vida

Ela ficou a se perguntar se não teria sido melhor
Nada disso ter ocorrido

Ter deixado a água parada: cheia de lodo
Mas pelo menos era aquele lodo que nos trazia uma lembrança
Uma lembranca segura: de saber o que se podia esperar
De saber que os dois se lembravam das mesmas coisas

Teria sido muito melhor

Não ter escrito ou sonhado
Não ter falado ou tentado

Seria bem melhor,
Mas mesmo assim eu ainda teria que ter falado o que falei
Tirar um suspiro do coração para transforma-lo em espinho
Fazer crescer este espinho até sangrar o coração
Ver meu sangue e me sentir vivo

Depois vinha o mais difícil, pois você voltava a cena

Tirar este espinho e te oferecer de presente
Não triste de arrependimento
Mas feliz, por ter feito o que fiz
Ter errado o que errei
E ter aprendido com a dor

Algo que não pode ser aprendido de outra forma

Você achou até sádico meu presente
Mas pelo menos podiamos voltar a nos olhar daquela velha forma

domingo, 15 de agosto de 2010

Eu ditado

Eu aprendi
Eu aprendi
A te encontrar
A te encontrar

Surdo e pálido
Mudo e calmo

Mas não esqueci
Esqueci
A como te amar
Como te amar

Vamos arriscar
Eu vou te irritar
Vc de manha e birra
Toda segunda de manhã



Vamos caminhar
Vamos caminhar
Surfando pelo tempo
Surfando pelo tempo
Sabendo que moro
Sem casa no mundo
Sabendo que sonho
Nas ondas do som
Sabendo que faço
O que der na telha

Eu entendi
Eu entendi
O plano de jogo
O plano de jogo

Chato e rápido
Molhado e complicado

Não esperava
Esperava
Voce ao meu lado
Voce ao meu lado

Vamos tentar
Eu vou me separar
Assim bem cedo
Pego e vou sem medo

Vamos caminhar
Vamos caminhar
Surfando pelo tempo
Surfando pelo tempo
Sabendo que moro
Sem casa no mundo
Sabendo que sonho
Nas ondas do som
Sabendo que faço
O que der na telha

sábado, 14 de agosto de 2010

Esqueci

eu aprendi
a te encontrar
surdo e mudo

mas nao esqueci
como te amar
toda manha


eu nao quis
me separar
mas tinha que andar

vamos
caminhando

vamos
nos aventurar

vamos tentar
nos encontrar

vamos andar
pelo tempo pensando
que eu que

sou
nunca serei de novo

andando no
infinito

em circulos
de areia que escorrem do tempo

tempo que temos
para perceber

o que sou nunca voltarei a ser


------------

eu aprendi
a te encontrar
surdo e mudo

eu esqueci
como te amar
toda manha

as areias...
o andar...
o circulo fadado a repetir
me fez esquecer de ti

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

(Des) Encontros

Te conheço
Te perco
Linhas retas
Se (des) encontram no infinito

O infinito circula
E por fim,
Sempre voltamos
Para o mesmo ponto

Ciclos distintos
Que se pertecem
Que se intercedem
Sempre ou nunca

Vidas paralelas
Disconexas
Incertas
Supreendendo ou me abandonando

Mas me diga,
Qual seria a graça
De ler nossa história,
Se nao houvesse entrelinhas ?!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Outro mundo, bem pertinho

Fui arrebatado para outro mundo
Despenquei nele, caia de muito longe...
De uma hipnose
Cheguei nele como que abduzido

Lá a música tocava alta
E eu dançava até os dedões do pé
Pedia mais
Não queria deixar nada para trás

Via novamente aquela velha confusão
Com um sorriso na cara, curioso para saber a proxima palavra
Todos de cara fechada e eu nos meus momentos finais como se beirasse a morte
Fazia um comentário e olhava para todos esperando um riso amigável

Queriam que compreendessem
O que uma frase simples poderia lhe mostrar
Até onde uma tragada poderia lhe levar
Até onde uma verdade lhe fechava o tocar

Lá a arte gritava
E eu via as cores me abraçando
Pedia menos
Sentava e estabilizava na sintonia: vibrando

Via novamente aquela falsa harmonia, dos antigos hábitos
E os seguia, esperando um passo novo
Mesmo que seus movimentos fossem o que esperava
Me contentava em ter previsto a caminhada

Queriam que compreendesem
O que uma bebida podia lhe pesar
O que um fato podia lhe revelar
E como um julgamento podia lhe equivocar

De vez em quando voltava para este velho mundo
Ficava aterrorizado
Eles quase me convenceram de que nao deveria nunca mais voltar
Alguns destes ate visitaram esse mundo mas acreditaram no que se tornaram

Nisso jamais me conformarei
Alguém ter decidido voltar
In this world there is nothing I will rather do
Porque quando estou nele, estou somente refletindo o que fora nele

Tenho ambições em meus sonhos hoje
Que ocupariam meu corpo e minha alma por mais quinhentos anos
Se não vivo pela descoberta, atrás do inesperado
Me enterrem e me mandem de volta para este mundo que hoje vivo


Lá a música tocava alta
E eu dançava até os dedões do pé
Pedia mais
E o som aumentava como numa oração que se reza com fé

Lá a arte gritava
E eu via as cores me abraçando
Pedia menos
E sentava e estabilizava na sintonia: vibrando

Por lá eu escrevi e me findei
Me antevi e me matei
Por lá eu caminhei e abracei
Me escutei e me compreendi

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Devaneios no deserto

Minha locura comeca, num tempo distante
Embaixo do Meditarrenêo, onde a areia jorrava do céu

Nos templos do Egito, em um deserto imenso
Que gritava nu fazendo a sombra se deitar

Na mente o eco de andar
Trazia ensurdecedoramente, o destino de delirar

Serpentes rastenjando, a divagar o tempo
Contido no cheiro do sol que denunciava as paginas do templo
Caminhamos sob o livro e ficamos perdidos
Folheamos areias que escorrem, nela somos entretidos

Sendo assim,
O aviso era tragado pelo barulho
A turbulencia causada pelo eco
Sugava os pensamentos; o rio estava parado.

E o homem ainda nem tinha notado:
As suas palpebras haviam secado

Um piscar conduziu
Uma gota d'agua pela sua boca
O rio já podia seguir
E sentir a areia solta se unir

A chuva livre do céu
Escolhera escorrer entre a areia
Desenhava uma praia para quem admirava deitado
Desfazendo teias de um eco a sonhar

Teias de sonho
Teias de sonho

O deserto queria mais espaço
A aguá enxugava suas lágrimas
E o vendaval congelava o momento

Veio até o fogo bater palma no final
Deixou até o bocejar da noite:
Uma linda aurora boreal

Enquanto isso a serpente contemplava
Nadando em volta de um cacto
Em circulos, ela esperava
A volta do mundo feito de factos

Aquele mesmo mundo debaixo das areias
Aquele que enxergava demais
E nao via os sinais.

Ela já sabia da festa marcada pelas estrelas

Deserto no Mediterranêo

Minha locura comeca
Num tempo distante
Num tempo de areia
La pelo meditarreneo
Nos templos do egito
Um deserto imenso
Que grita nu