segunda-feira, 31 de maio de 2010

Espaço Limite

Caminhava na praia
Via meus passos
No espaço da onda

Ajoelhei e fui arrastado para dentro do mar
Não me importava em respirar
Achei gaivotas nadando peculiarmente ao meu redor
Em seta apontavam para algo longe

No horizonte vi
Um lindo bebe radiante se deitando
Seus olhos verdes, com lágrimas de sono
Se entregam laranjas

Ele boceja
E então, de repente
Sinto um terremoto

Provoca um turbilhão de luzes
Enxugadas por um lençol
Que vem em minha direção

Sou envolvido pelo lençol...

Melancólia: despedidas, abraços e encontros
Eufória: castelos inteiros para se explorar

Todas as cenas eram extremamente vivas
Acho que por serem banhadas por essa tremulenta luz laranja que vinha de cima
Me fazendo sentir um personagem daquilo que não havia vivido

Olhava e via o lençol dançar
Mostrando cada feixe de luz na sua devida cadência
Enquanto meu reflexo o via revolto
Por pisar no nosso laranja

Nesse imenso azul laranja
Vi que meus passos e grandes astros estão juntos

Fomos os que formaram estrelas
Viramos pó de estrela

Antes contemplava o sol
Agora sou laranja

O que seria de nós dois
Se avistassemos tudo que há no mar ?