quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Wah Wah

Tudo começa por algo que se perdeu
Algo que foi perdido há tempo demais
Alias, não sei como o conceito de tempo é relevante aqui

Minha alma treme e silhuetas povoam o olhar periférico
Alguma coisa ri, repete minhas frases, e se irrita com todo o tipo de pensamento
De segurança, destruição; de comunicação, de velocidade
Sempre se irrita!
Fica calmo também.
Porém se faz onipotente principalmente quando se chateia e usa sua voz seca e alta que ecoa dentro da cabeça causando terror e agonia numa prisão criada pelo próprio prisioneiro
Um sentimento tão peculiar
Bizarra natureza

Não possuo chave para sair de sua presença
Alias este algo parece se deliciar com a desmoralizante situação, usando uma voz doce cheia de sarcasmo
Minha percepcao se altera coexistindo com esse simples ser
Uma inteligencia que mostra o quão patética é meu saber, o quão retoricamente podemos retroceder

Chacota o meu pensar, minhas palavras...
Esvaindo qualquer sentimento de segurança
Fico com medo, com bastante medo
Me aquieto, me sinto em inércia eterna até me acostumar
Então saio um pouco para brincar

Afinal não tem alternativa
Ou saio para brincar e choro
Ou choro desde o começo

Chega me atormentar tanto, a enfiar tantos espinhos no vazio que até sinto uma catarse prestes a eclodir

E tudo fica nesse ponto: girar, espiralizar, tremer, repetir, incomodar e de saber que tudo isso faz parte, que não teria como me queixar do que presencio
Não se engane
Gostaria de me queixar
Não gosto que toquem em minha essencia, nem que a façam vibrar tanto que posso sentir meu coração se abrindo e se abrindo cada vez mais para chegar num ponto que desconheço
Culminando com uma risada impessoal, distante, giratória, em alta velocidade
Uma risada que não é minha
Maléfica de verdade

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