segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dedicação

Uma vez parei
E quando parei,
Senti um vento enorme passando por mim
E a minha frente comecei a ver imagens que havia gravado naquele dia
Vivenciei novamente a rosa amarela perecendo no amanhecer do sol
Vi a textura do morango e provei de seu açúcar

Depois foram passando pensamentos
De quantas coisas de fora faziam parte de minha preocupação
Por quanta bobagem já tinha chorado
E por quanto choro já havia desconsiderado

Fui revendo minha história
Vi minha adolescência, minhas paixões
Minha infância, a alegria dos meus pais!
Tudo eram cenas que haviam permanecido na escuridão

Entrei na escuridão
Ouvi um barulho imenso
Senti um tremor no ar
Estava no meio de uma tempestade
E eu era sugado em sua direção !

Alguma coisa queria me afastar
E fui me afastando
Fui indo para longe e vendo que a tempestade era gigantesca
Elas eram formadas por uma névoa colorida parecida com as minhas memórias
E estavam em choque com outras névoas minhas
Criando mais névoas, repletas de sonhos, de idéias fantásticas !

Fui indo mais para longe e vi animais e plantas fazerem a mesma coisa
A nossa sociedade, o nosso próprio planeta Terra fazer a mesma coisa
Vi grandes constelações sonhando
E vi o nascer de uma pequena estrela

Como alguma coisa pode trazer sentimentos meus dentro de si ?
Que me fazem sentir o que senti
Que me fazem sentir totalmente identificado com aquela língua
Que me fazem sentir tanta compaixão
Que me fazem sentir tão grandiosamente humano

Por isso hoje dedico meu texto

Aos risos que se findam
e aos choros por causa de risos

Aos amigos
e à memória

Às tempestades
e ao respeito

Ao vermelho com açúcar
E as rosas que se acabam.

2 comentários: