sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tempos

Nossos sentimentos são elementares

O passado é um lago escuro iluminado pelo farol da melancolia
Ilumina coisas vivenciadas
Elas realmente aconteceram e por mais que lembremos erroneamente, para pior ou para melhor, de algumas coisas não se pode mudar a essência dos fatos
O sentimento que temos guardados em relação a tudo isso

Antes era formada de pura água que foi magnetizada pelos momentos vividos tornando se uma água turva cheia de mistérios dentro de si
Uma página em branco que se transforma em um livro cheinho de palavras
Alguns querem apagar o livro, enquanto outros querem voltar para ler a velha história repetida

O presente é um vento aleatório guiado por pipas que estamos a segurar
Por mais que tentemos controlá-lo temos que ter a sorte do sopro
A sorte, a aleatoridade de cada decisão, que revela outra enxurrada de escolhas
Aqui percebemos que nos fazemos presentes que somos relevantes, mas que ao mesmo tempo temos que contar com o dia

Um vento calmo para quem ainda não se aventura e é levado por sua rotina
Um furacão para quem decide ser guiado pela própria aleatoridade, as vezes é bom sentir seu corpo sendo levantado por algo que não controla mas em que confia
Uma brisa para quem sabe manejar a pipa
E talvez porque nao dizer um abano para quem controla a situação ?

O futuro é um fogo expansivo controlado pelo espirito
Ele sussura a vontade da alma e tem a euforia de fazer tudo aquilo que ainda falta
O livre arbitrio, a negação do destino fazem para ele tudo possível

Quem tem muito a fazer parece uma criança e tem que ter cuidado para não se queimar
Para quem já não arde de vontade sua chama se apaga e seu futuro está fadado
Ele é o bom, não que eu julge as coisas dessa forma, porém vendo ele como o conselho, a vontade daquilo que talvez possamos chamar de alma, me inclino para esse julgamento.

Aliás pensando assim, o passado deve ser o diabo já que ele fica dando uns toques como diria Raul. Ao mesmo tempo que é mãe.

O presente sou eu, voando na aleatoriedade.
O caminho do meio.
O antes e o depois.
A água e o fogo.
Entre eles o nada, o ar que não enxergamos.

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